Uma oferta
A vida é uma oferta pornográfica. Somos o resultado de nove meses mesclados de esperança materna respondida com parasitismo interno constante. É justamente nessa ressonância interna, semelhante a um tumor maligno, que uma convicção é provocada pelo hospedeiro ao paciente todos os dias: a fé na eternidade. Por um espaço de tempo, esta é vista como nada mais que o desvencilhamento da morte sobre a carne, numa espécie de fugaz satisfação, onde sinais penetram em sua medula óssea e liberam a poção de ilusão necessária para o prazer. Em suma, trata-se apenas de uma polifonia de esforços de um ser em direção à vida e outro em direção à morte.
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