quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Herzlichen Glückwunsch zum Internationalen Kindertag!


Herzlichen Glückwunsch zum Internationalen Kindertag. Liebe Kinder,
wusstet Ihr schon, dass der Kindertag als Zeichen für Kin-derrechte in
vielen Ländern der erde feierlich begangen wird, allerdings an
unterschiedlichen Tagen!? In Brasilien begeht man den Kindertag am 12.
Oktober, in Indien am 14. November, in Japan am 05. Mai, in der Türkei
am 23. April, in Thai-land am zweiten Samstag im Januar usw. Aber ganz
sicher wisst Ihr, dass am 01. Juni in Deutschland Euer Ehrentag ist.
Vielleicht bekommt Ihr an dem Tag eine kleine Überraschung von Euren
Eltern/Großeltern oder aber besonders viel Zeit von Euren Familien
geschenkt, in denen Ihr gemeinsam etwas Schönes unternehmt. Wir
wünschen Euch alles Liebe und Gute und einen schönen, sonnigen und
erlebnisreichen Kindertag!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ecos

Estou preocupado porque os ecos nunca mais me visitaram. Sem ressonância, a gravidade me acompanha e cansa-me andar entre a fibra, o vácuo e o silêncio, o arfar de um ato sem divindade. Suas pálpebras não se movem em um sonho e seu outro se desfaz.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma oferta



Uma oferta




A vida é uma oferta pornográfica. Somos o resultado de nove meses mesclados de esperança materna respondida com parasitismo interno constante. É justamente nessa ressonância interna, semelhante a um tumor maligno, que uma convicção é provocada pelo hospedeiro ao paciente todos os dias: a fé na eternidade. Por um espaço de tempo, esta é vista como nada mais que o desvencilhamento da morte sobre a carne, numa espécie de fugaz satisfação, onde sinais penetram em sua medula óssea e liberam a poção de ilusão necessária para o prazer. Em suma, trata-se apenas de uma polifonia de esforços de um ser em direção à vida e outro em direção à morte.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Neo e o Arquiteto: entre o Pathos e o Lógos



Matrix: Em uma única cena, mais de dois mil anos de Filosofia Ocidental.

O diálogo entre Neo e o Arquiteto

O Arquiteto - Olá, Neo.

Neo - Quem é você?

O Arquiteto - Eu sou o Arquiteto. Eu criei a Matrix. Eu estava à sua espera. Você tem muitas perguntas, e embora o processo tenha alterado sua consciência, você continua irrevogavelmente humano. Assim sendo, algumas de minhas respostas você entenderá, e outras não. Em consonância, ainda que sua primeira pergunta possa ser a mais pertinente, você pode ou não se dar conta de que ela é também irrelevante.

Neo - Por que eu estou aqui?

O Arquiteto - Sua vida é a soma do saldo de uma equação desequilibrada inerente à programação da Matrix. Você é o desenlace de uma anomalia, que, a despeito de meus mais sinceros esforços, fui incapaz de eliminar daquela, caso conseguisse, seria uma harmonia de precisão matemática. Ainda que continue a ser uma tarefa árdua diligentemente evita-la, ela não é inesperada, e portanto não está além de qualquer controle. Fato este que o trouxe, inexoravelmente, aqui.

Neo - Você não respondeu à minha pergunta.

O Arquiteto - Exatamente. Interessante. Foi mais rápido do que os outros.

*As respostas dos outros Predestinados aparecem nos monitores: Outros? Que outros? Quantos? Me responda!'*

O Arquiteto - A Matrix é mais velha do que você imagina. Eu prefiro contar a partir do surgimento de uma anomalia integral para a seguinte. Neste caso, esta é a sexta versão.

*De novo, as respostas dos outros Predestinados aparecem nos monitores: Cinco versões? Três? Mentiram pra mim também! Isso é conversa fiada.*

Neo - Só há duas explicações possíveis: Ou ninguém me disse ou ninguém sabe.

O Arquiteto - Precisamente. Como, sem dúvida, você está percebendo, a anomalia é sistêmica, criando flutuações até mesmo nas equações mais simples.

* Mais uma vez, as respostas dos outros Predestinados aparecem nos monitores: Você não pode me controlar! Vai se f*&%#! Eu vou te matar! Você não pode me obrigar a fazer nada!*

Neo - Escolha. O problema é a escolha.

*A cena corta para Trinity lutando com um agente e volta para a sala do Arquiteto.*

O Arquiteto - A primeira Matrix que eu projetei era evidentemente perfeita, uma obra de arte, impecável, sublime. Um triunfo equiparado apenas ao seu fracasso monumental. A inevitabilidade de sua ruína é tão evidente para mim agora quanto é uma conseqüência da imperfeição inerente a todo ser humano. Assim sendo, eu a redesenhei com base na história de vocês para refletir com maior precisão as variações grotescas de sua natureza. Todavia, mais uma vez, eu fui frustrado pelo fracasso. Desde então, compreendi que a resposta me escapava, porque ela necessitava de uma mente inferior, ou talvez uma mente menos afeita aos parâmetros da perfeição. Portanto, a resposta foi encontrada, por acaso, por outrem, um programa intuitivo, inicialmente criado para investigar certos aspectos da psique humana. Se eu sou o pai da Matrix, ela sem dúvida seria a mãe.

Neo - A Oráculo!

O Arquiteto - Oh, por favor... Como eu dizia, ela se deparou por acaso com uma solução por meio da qual quase 99,9% de todas as cobaias aceitavam o programa, contanto que lhes fosse dada uma escolha, mesmo que só estivessem cientes dela em um nível quase inconsciente. Embora esta resposta funcionasse, ela era óbvia e fundamentalmente defeituosa, criando, assim, a anomalia sistêmica contraditória, a qual, sem vigilância, poderia ameaçar o próprio sistema. Por conseguinte, aqueles que recusavam o programa, ainda que uma minoria, se não vigiados, constituiriam uma probabilidade crescente de catástrofe.

Neo - Isso tem a ver com Zion.

O Arquiteto - Você está aqui, porque Zion está prestes a ser destruída. Cada um de seus habitantes será exterminado, sua inteira existência erradicada.

Neo - Papo furado!

* De novo, as respostas dos outros Neos aparecem nos monitores: Papo furado!*

O Arquiteto - A negação é a mais previsível de todas as reações humanas. Todavia, não tenha dúvida, esta será a sexta vez que a destruiremos, e estamos nos tornando extremamente eficientes nesta tarefa.

*A cena corta para Trinity lutando com um agente e volta para a sala do Arquiteto.*

O Arquiteto - A função do Predestinado agora é retornar à fonte, permitindo uma temporária disseminação do código que você carrega, reinserindo o programa principal. Em seguida, você receberá a incumbência de escolher 23 indivíduos - 16 mulheres e 7 homens - da Matrix a fim de reconstruir Zion. Em caso de discordância deste processo, o resultado será um crash de sistema cataclísmico, matando todos aqueles conectados com a Matrix, o que, somado ao extermínio de Zion, em última análise, acarretará a extinção da raça humana.

Neo - Você não deixará isso acontecer. Não pode. Vocês precisam dos seres humanos para sobreviver.

O Arquiteto - Há níveis de sobrevivência que estamos preparados para aceitar. Todavia, a questão relevante é se você está ou não apto para aceitar a responsabilidade pela morte de todos os seres humanos deste mundo.

*O Arquiteto pressiona um botão na caneta que segura e aparecem, nos monitores, imagens de pessoas de toda a Matrix.*

O Arquiteto - É interessante ler suas reações. Seus cinco predecessores eram, por conta de seu projeto, baseados em uma mesma premissa, uma afirmação contingente responsável por criar um profundo vínculo com o resto de sua espécie, facilitando a função do Predestinado. Enquanto os outros experimentaram isto de maneira genérica, sua experiência é bem mais especial. Vis-à-vis, amor.

*Imagens da Trinity lutando com o agente que apareceu no sonho de Neo tomam os monitores*

Neo - Trinity.

O Arquiteto - A propósito, ela entrou na Matrix para salvar sua vida ao custo da própria.

Neo - Não!

O Arquiteto - O que nos traz finalmente ao momento da verdade, em que a falha fundamental é definitivamente expressa e a anomalia revela ser tanto o começo quanto o fim. Há duas portas. A à sua direita leva para a fonte e a salvação de Zion. A à sua esquerda leva para a Matrix, para ela [Trinity] e o fim de sua espécie. Como você com muita propriedade manifestou, o problema é a escolha. No entanto, nós já sabemos o que você fará, não é mesmo? Já posso ver a reação em cadeia, os precursores químicos que sinalizam o raiar da emoção, projetados especificamente para sobrepujar a lógica e a razão. Uma emoção que já o cega para a verdade simples e óbvia: ela vai morrer e não há nada que você possa fazer para impedir.

*Neo caminha em direção à porta da esquerda.*

O Arquiteto - Humff. Esperança. Eis a quintessência do delírio humano, ao mesmo tempo fonte de sua maior força e de sua maior fraqueza.

Neo - No seu lugar, eu torceria para que nós não nos encontremos de novo.

O Arquiteto - Nós não nos encontraremos.

Fim do diálogo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Mar Morto



Explode o mar que te condena

Resiste a areia em permeável solidão

No entanto, eis-me aqui convalescente

Ao estibordo sem visão

E, enquanto o Sol sai de cena

Sem deixar remanescentes

Respira o último ar que te apavora

E verás o fracasso de teus pulmões

Pois a morte não te demora

Em teu respeito - convulsões!

Pra que deixastes âncoras?

Se o teu fígado é o que te pesas

E no topor febril de tuas lembranças

Balança-te o barco sem qualquer pressa.


Fernando Kosta

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

BOÊMIO



Delícia e engano bom que é, para tantos,
a Vida — para mim, é, nada menos
— a conjura de todos os quebrantos,
— a ruim mescla de todos os venenos...

Ou, pela dor dos meus contínuos trenos,
praz ao céu eleger-me um dos seus santos,
ou é, talvez, de humildes e pequenos
não ter glórias, prazeres, nem encantos.

A vida é um bem, e é um mal, que se biparte:
se uma lágrima flui nos olhos, uma
alegria dos lábios ri, destarte!

Mas para mim a vida é só e em suma
— cumprir deveres mil em toda a parte
e direitos não ter em parte alguma..."

Hermes Fontes

SUPERSTIÇÃO





As duas iniciais do nome a que respondo
( e é pena que, horas e horas, me atarefe nesta superstição!)
As duas iniciais do meu nome - H.F. -
Têm um simbolo bom, junto a um símbolo hediondo,
Um destino de herói e de um vilão:
Há no H uma escada, um degrau de subida,
Uma vaga noção de arquitetura,
Interrompida...
O F é, porém, fôrca... Poste fatal...
Marco do fim da vida...
Guindaste de almas para a sepultura,
Para a eterna Altura, para o Além...
Para subir à fôrca do meu F tenho
Ao lado uma escada - o meu H.
Carrasco, magarefe, alto lá! Alto lá!
Por suas iniciais, meu nome ensina a não temer pressentimentos vãos.
Ergástulo, fogueira, ou guilhotina, cicuta, ópio, ou morfina...
-Quem sabe a sua sina?
-Quem sabe lá se há de morrer por suas mãos?

Hermes Fontes